Fábulas, religião e críticas sociais marcam o primeiro dia na Sapucaí


Destaque do primeiro dia, Unidos da Tijuca falou sobre o pão como alimento espiritual (Foto: Gilson Borba/Futura Press)

A primeira noite de desfiles do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí contou com a participação da Império Serrano, Unidos do Viradouro, Acadêmicos do Grande Rio, Acadêmicos do Salgueiro, Beija-Flor de Nilópolis, Imperatriz Leopoldinense e Unidos da Tijuca.
Saiba como foi a participação de cada uma delas no Carnaval carioca:
Império Serrano
(Foto: Roberto Vazquez/Futura Press)
Com o enredo “O que é, o que é?”, inspirado na música de maior sucesso de Gonzaguinha, a Império Serrano, última colocada do ano passado e salva pela anulação do rebaixamento, abriu a primeira noite de desfiles do Rio de Janeiro este ano. A ideia do carnavalesco Paulo Menezes foi mostrar o que é a vida na visão das pessoas, sem deixar de explorar a ciência e a religião. No final, a sambista Dona Ivone Lara, que morreu em 2018, foi homenageada.
Unidos do Viradouro
(Foto: Gilson Borba/Futura Press)
Após três anos fora da elite do Carnaval, a Unidos do Viradouro voltou surpreendendo. Com o enredo “ViraViradouro”, que teve como ponto de partida um garoto que procura a avó para ouvir histórias, a escola levou seres encantados e muita magia para a Sapucaí. As fábulas que saiam de um livro muito antigo, logo na comissão de frente, contavam com mistério, magia, bruxaria, princesas, fantasmas, fadas e gnomos. O enredo foi planejado pelo carnavalesco Paulo Barros, que já comandou a agremiação há 11 anos, e veio preparado para estar entre as primeiras colocadas.
Acadêmicos do Grande Rio
(Foto: Gilson Borba/Futura Press)
A Acadêmicos do Grande Rio mostrou que o brasileiro precisa ser mais educado ao mostrar que atitudes como jogar lixo no chão e não respeitar as regras de trânsito não devem ser aprovadas. O enredo “Quem nunca…? Que atire a primeira pedra” é uma obra dos carnavalescos Renato e Márcia Lage. O desfile levou um minuto a menos do limite máximo e contou com a participação de várias celebridades, como Thaila Ayala, Erika Januza, Carla Dias e Juliana Paes, atriz que brilhou à frente da bateria.
Acadêmicos do Salgueiro
(Foto: Gilson Borba/Futura Press)
A tradicional escola de samba levou a força e a justiça de “Xangô” para avenida, mostrando como foi a história de um homem que se transformou em orixá. A passagem da agremiação pela Sapucaí também enfatizou que a corrupção acontece no Brasil desde o tempo do império e a justiça precisa combatê-la. O ator Eri Johnson marcou presença logo na comissão de frente, o ator Ailton Graça apareceu como Papa e a rainha da bateria, Viviane Araújo, representou Iansã, uma das mulheres de Xangô.
Beija-Flor de Nilópolis
(Foto: Gilson Borba/Futura Press)
Com 70 anos, a atual campeã contou sua própria história com o enredo “Quem não viu vai ver – as fábulas do Beija-Flor”. A agremiação mostrou seus momentos mais marcantes no Carnaval, além de propor uma reflexão acerca dos temas debatidos na Sapucaí durante todos esses anos. A atriz Cláudia Raia, que desfila pela escola desde 1984, foi um dos destaques do desfile. Resta saber se a homenagem trará sorte, já que a agremiação nunca venceu desfilando aos domingos.
Imperatriz Leopoldinense
(Foto: Gilson Borba/Futura Press)
Com o enredo “Me dá um dinheiro aí”, planejado pelos carnavalescos Mário e Kaká Monteiro, a Imperatriz Leopoldinense desfilou na Sapucaí falando dos primeiros tempos da moeda até o futuro com as bitcoins. Moacyr Franco, o intérprete da música que dá nome ao enredo, foi um dos destaques da escola, que fez bonito ao investir no dourado para criticar a ganância. O desfile ainda apresentou a história do Brasil, mostrando a escravidão e abrindo um debate sobre o custo da vida humana.
Unidos da Tijuca
(Foto: Gilson Borba/Futura Press)
Com o sol nascendo, a Unidos da Tijuca contou a história do pão mostrando que o alimento tem tudo a ver com a evolução da humanidade. Antes do desfile, o samba-enredo da escola já era tido como um dos favoritos e com a apresentação emocionante provou que, de fato, tem condições de brigar pelo título este ano. Com forte viés religioso e social, as alas foram bem teatralizadas e além de apostar na Última Ceia e no Império Romano, a escola de samba também fez críticas ao governo com a representação do “pão e circo”.

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