Estação Ferroviária antiga de Santa Cruz d Sul e Chama Crioula

Antiga estação de Santa Cruz do Sul no Rio Grande do Sul

A Estação Férrea de Santa Cruz do Sul foi inaugurada em 15 de novembro de 1905, no ramal que ligava a cidade à Estrada de Ferro Porto Alegre – Uruguaiana. Na mesma ocasião, Santa Cruz do Sul foi elevada à categoria de cidade. Em consequência da decadência do sistema ferroviário no país, este ramal foi suprimido definitivamee proprinte em 1965, seguindo-se a desativação da estação. A comunidade, então, mobilizou-se para a preservação do prédio. Em 1978 iniciou-se uma campanha do Conselho Municipal de Cultura para este fim. Em 1987 o prédio, que já era dedade da prefeitura, foi destinado (lei nº 2017, de 24/11/87) para o Centro de Cultura Jornalista Francisco José Frantz. Nessa mesma fase a estação foi restaurada, com orientação do SPHAN –Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - atual IPHAN. Em 1996 houve nova intervenção no prédio, que foi reinaugurado pela Prefeitura Municipal.

A Maria Fumaça, que  fazia parte do acervo do Museu da Ulbra,  foi trazida ao município através de um convênio assinado pelo prefeito Telmo Kirst no início deste mês, com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).  O conjunto, locomotiva e vagões, deverá passar por intervenções de reforma e restauro, formando junto com a antiga Estação Férrea, um complexo cultural de resgate histórico do município. 


Estátua com a Chama Crioula
A origem da Chama Crioula  -  A ideia do fogo simbólico veio para o Brasil da Alemanha, em 1936, por causa dos Jogos Olímpicos de Berlim — com Cezar Tabach em  Ferroviaria antiga de Santa Cruz do Sul -RS.

O QUE É CHAMA CRIOULA
Para compreendermos a origem e o significado da Chama Crioula, precisamos voltar no tempo e identificar a trajetória e a função pedagógica do fogo simbólico na formação do imaginário nacional visando à construção de uma identidade cultural regional, materializada através do fogo simbólico e da Chama Crioula. 

Quando falamos em “símbolos”, no Brasil, muito se deve à influência da maçonaria e da Liga de Defesa Nacional. Na verdade, podemos afirmar que, se não fosse a LDN, não teríamos Chama Crioula nem fogo simbólico. 

A LDN foi criada por Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac, o nosso Olavo Bilac, nascido no Rio de Janeiro em 16 de dezembro de 1865. Ele foi jornalista, poeta e um dos criadores da Academia Brasileira de Letras, responsável, também, pelo surgimento da Liga de Defesa Nacional, em 7 de setembro de 1916, com a finalidade de desenvolver o espírito cívico de todos os brasileiros. 

Dizia Túlio: “Era como se ela pudesse abençoar e proteger aquele povo, que demonstrava uma grande paixão pelo seu país” (Revista Globo, 1939, p. 66). Ao retornar, decidiu organizar uma corrida com a tocha cívica, com o apoio da Liga de Defesa Nacional. A primeira Corrida do Fogo Simbólico no Brasil foi realizada em 1938, por Túlio de Rose. Teve como ponto de partida a Igreja Matriz de Viamão, com a chegada da pira da pátria no Parque Farroupilha, em Porto Alegre. No segundo ano de sua realização, a corrida partiu da igreja no centro da cidade de Rio Pardo, chegando a Porto Alegre. 

Cavaleiros conduzem a Chama Crioula, em comemoração à Semana FarroupilhaAntônio Pacheco / Banco de Dados 14/9/2004

Já no início da década de 1940, outros Estados começaram a participar do revezamento da tocha, integrando-se ao simbolismo desta cerimônia do país.

Em 1947, o Rio Grande do Sul, por meio do Grupo dos Oito, ampliou o significado do fogo simbólico e eternizou o feito de Túlio de Rose transformando a tocha em candeeiro e o fogo simbólico em Chama Crioula. 

O gesto heroico de Ciro Martins, Paixão Côrtes e seus companheiros, naquele 20 de setembro, além do translado dos restos mortais do farroupilha David Canabarro, de Santana do Livramento para Porto Alegre, teve ligação, também, com Pistoia, na Itália, de onde veio uma centelha em homenagem aos pracinhas brasileiros que morreram na II Grande Guerra.

Fonte: site Tropeiros 21

Fotos : Cezar Tabach